Antes de ler este texto, recomendo que vejam o primeiro, no qual descrevo como a menstruação acontece. Caso já o tenha lido ou saiba como funciona, sigamos em frente.
Cólica menstrual não necessariamente é a dor durante a menstruação. Na medicina, “dor menstrual” é denominada de dismenorreia, que pode ser primária ou secundária. Secundária é quando a dor tem uma patologia de base, apresentando características diferentes do normal, como, por exemplo, sintomas com até 2 semanas antes da menstruação. Sua principal causa é a endometriose, quando células do endométrio (que revestem a cavidade do útero) estão presentes distantes de sua localização normal. Por conta disso, ao menstruar, a mulher sente dor em vários locais, não apenas no útero, já que é nas células do endométrio que reside a fonte da dismenorreia.
A dismenorreia primária, por sua vez, não tem nenhum doença que justifique, é a cólica menstrual propriamente dita. No primeiro vídeo, eu falei que, durante a fase lútea, segunda parte da menstruação, o endométrio, que está grosso, começa a ganhar vascularização. Isso ocorre por conta da presença do corpo lúteo, que produz a progesterona, responsável por amadurecê-lo. Essa vascularização vai ser responsável por levar oxigênio e nutrientes ao tecido do endométrio, que está esperando para receber o zigoto, produto da fecundação do óvulo pelo espermatozoide.
Quando o zigoto não existe, ou seja, quando não acontece a fecundação, o corpo lúteo degenera-se, portanto, o estímulo hormonal para o endométrio para de existir, diminuindo a vascularização. Durante o infarto agudo do miocárdio, uma artéria se obstrui e o sangue para de chegar ao coração, então, pela falta de oxigênio e nutrientes, as células começam a morrer, num processo chamado de necrose, o que irrita fibras nervosas e gera a dor no peito. No útero, instala-se a mesma circunstância, acarretando a dor local. Ademais, as substâncias irritam as fibras musculares uterinas, que começam a contrair-se, perpetuando ainda mais a dor.
A cólica uterina é uma situação totalmente normal e decorre apenas da descamação do endométrio após o óvulo não ter sido fecundado. Se você quiser saber mais sobre como acontece a menstruação, assista ao vídeo: