Publicado na Physics World
Freeman Dyson, renomado cientista, intelectual e acadêmico, morreu hoje aos 96 anos.
Nascido em Crowthorne, Berkshire, Inglaterra, em 1923, Dyson obteve bacharelado em matemática pela Universidade de Cambridge. Ele se mudou para os EUA, onde cursou o doutorado orientado por Hans Bethe na Universidade Cornell. No entanto, ele não se formou e se tornou um dos físicos mais famosos do mundo, apesar de não ter um PhD.
O trabalho inicial de Dyson era concentrado na eletrodinâmica quântica e também na aplicação da matemática ao estudo de reatores nucleares, física do estado sólido, ferromagnetismo, astrofísica e biologia. Dyson é autor de vários livros populares sobre física.
Professor emérito, Dyson passou grande parte de sua carreira lecionando física no Instituto de Estudos Avançados de Princeton, Nova Jersey, de acordo com sua biografia no site do instituto.
Ele estava entre os 29 cientistas que apoiaram o acordo nuclear do governo Obama em 2015 com o Irã. Em 1967, ele também atuou como conselheiro militar no uso de armas nucleares táticas na Guerra do Vietnã e, em 1984, escreveu um livro sobre os perigos da guerra nuclear.
Futurista e entusiasta do espaço, Dyson tinha vários conceitos científicos que recebiam o seu nome, incluindo a “Árvore de Dyson”, uma planta geneticamente modificada capaz de sobreviver em um cometa e crescer no espaço. Uma de suas ideias, a “Esfera de Dyson”, foi apresentada em um episódio da série de ficção científica Star Trek.
Dyson teve um perfil publicado na revista New York Times em 2009, depois de expressar ceticismo sobre a ciência que envolve as mudanças climáticas, colocando-o em conflito com o consenso científico.
Em 2000, Dyson ganhou o Prêmio Templeton pelas suas obras relacionadas a interseção entre ciência e religião.
Sua filha Mia Dyson, uma enfermeira e pastora plesbiteriana que mora em Freeport Maine, diz se lembrar com carinho de seu pai ficar perplexo com coisas práticas do dia-a-dia, como estudar uma máquina de refrigerantes, enquanto contemplava o brilho do universo.
“Você poderia dizer que o mundo era um lugar bonito através de seus olhos, e de alguma maneira, para ele, entender todas as fórmulas e as leis naturais e todos os mistérios em que ele mergulhava no estudo da física, só deixava o mundo cada vez mais bonito quanto mais era entendido”.
Mia Dyson disse que seu pai ainda ia regularmente ao seu escritório no Instituto de Pesquisas Avançadas. Na quarta-feira, em uma dessas idas, ele sofreu uma queda e morreu por decorrência de seus ferimentos nessa manhã de sexta-feira.
Ele deixa sua esposa de 64 anos e seis filhos. Dyson será cremado com preparativos para o funeral a serem determinados.