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O mito da clarividência

Publicado na Center for Inquiry

Clarividência, literalmente significa “ver claramente”, é uma forma ESP (Percepção Extrassensorial), onde as alegadas afirmações psíquicas afirmam ser capazes de perceber aquilo que não pode ser detectado usando qualquer um dos cinco sentidos (visão, audição, tato, paladar e olfato). O clarividente diz usar o seu “olho interior” para ver o que está oculto para os outros (Robert T. Carroll, 1994). Existem vários tipos diferentes de clarividência, por exemplo:

  • Precognição (ou Premonição): A capacidade de ver o futuro.
  • Retrocognição: A capacidade de ver o passado.
  • Mediunidade: A capacidade de ver e conversar com os espíritos, mortos, anjos, etc.
  • Visualização remota: A capacidade de ver uma pessoa ou um evento que ocorre em uma área removida do campo de visão do espectador.

HÁ EVIDÊNCIAS?

Existem diversas maneiras em que um suposto psíquico poderia se colocar, sendo ele ou ela mesmo, em um estado onde eles são supostamente suscetíveis a clarividência. Isso inclui o uso de transes, sonhos ou privações sensoriais em que uma pessoa propensa fantasiaria muito bem experiências que poderiam apresentar a sensação de estar em outro mundo ou fora do âmbito normal. No entanto, os cientistas também podem replicar tais sentimentos, estimulando o cérebro de maneiras diferentes, usando drogas ou pulsos magnéticos para estimular os lobos temporais (God and Brain, 2003). Há também evidências de que a privação de oxigênio ou convulsões nos lobos temporais podem induzir esses tipos de alucinações (Gregory Holmes, Joseph Sirven e Robert S. Fisher, 2013).

Alegações de habilidades psíquicas paranormais como a clarividência são altamente controversas e são investigadas sob o campo da parapsicologia. No entanto, estas alegações paranormais não são geralmente aceitas pela comunidade científica e muitas vezes são justificadamente classificadas como pseudociências. Os estudos em parapsicologia, muitas vezes aparecem para se assemelhar superficialmente com a ciência, mas muitas vezes não aderem aos padrões esperados de um autêntico estudo científico. De fato, em 1988, o Conselho de Pesquisa dos Estados Unidos concluiu que “não há nenhuma justificativa científica das pesquisas realizadas durante um período de 130 anos para a existência de fenômenos parapsicológicos” (Druckman, Daniel e John A. Swets, 1988).

CONCLUSÃO

Não há nenhuma razão para acreditar que a clarividência existe a não ser como uma invenção da nossa própria imaginação. Na verdade, existem vários “desafios psíquicos” que estão dispostos a pagar generosamente uma certa quantia em dinheiro caso alguém seja capaz de provar a existência de tal capacidade em qualquer pessoa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  1. Robert T. Carroll. Clairvoyance. The Skeptic’s Dictionary, 1994.
  2. BBC. God on the Brain. Horizon, 2003.
  3. Gregory Holmes, Joseph Sirven e Robert S. Fisher. Temporal Lobe Epilepsy. Epilepsy Foundation, 2013.
  4. Druckman, Daniel and John A. Swets. Enhancing human performance: Issues, theories, and techniques. National Academies Press, 1988.
Douglas Rodrigues Aguiar de Oliveira

Douglas Rodrigues Aguiar de Oliveira

Divulgador Científico há mais de 10 anos. Fundador do Universo Racionalista. Consultor em Segurança da Informação e Penetration Tester. Pós-Graduado em Computação Forense, Cybersecurity, Ethical Hacking e Full Stack Java Developer. Endereço do LinkedIn e do meu site pessoal.