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Riscos de contrair COVID-19 através de superfícies é de 1 em 10.000, segundo relatório científico

Traduzido por Julio Batista
Original de para o Business Insider

O uso rotineiro de desinfetantes para combater o coronavírus é desnecessário, já que o risco de transmissão através do contato com as superfícies é “baixo”, disse o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos na segunda-feira.

Em um relatório científico baseado na análise dos dados mais recentes disponíveis, a agência disse que a limpeza intensa era necessária apenas em alguns cenários.

Essa notícia pode acabar com o que alguns chamam de “teatro da higiene“, ou limpeza intensa rotineira de quartos de hotel, estabelecimentos comerciais e transporte público. Essas medidas podem parecer tranquilizadoras, mas são caras e, ao que parece, de utilidade limitada.

O documento relatou que o risco de pegar COVID-19 em superfícies foi “geralmente considerado muito baixo”, já que alguns estudos sugeriam que o contato com uma superfície contaminada tinha menos de 1 em 10.000 chances de causar infecção.

Na maioria dos ambientes, a limpeza normal com sabão ou detergente é suficiente para reduzir o risco de transmissão, disse o resumo da pesquisa.

O CDC identificou uma situação apropriada para limpeza intensa: um ambiente interno onde um caso de COVID-19 foi confirmado nas últimas 24 horas.

Há meses se sabe que a contaminação tem muito mais probabilidade de acontecer por meio da exposição ao vírus no ar, por meio de outras pessoas, do que por meio de superfícies.

Em maio passado, o CDC esclareceu sua posição dizendo que “a transmissão de superfície não é considerada a principal forma de propagação do vírus”, mas ainda recomendou que “superfícies tocadas com frequência” sejam desinfetadas.

Em editorial publicado em 2 de fevereiro, a revista acadêmica Nature solicitou que o CDC atualizasse suas orientações.

Argumentou que os recursos e investimentos poderiam ser melhor usados ​​para enfatizar a importância do uso de máscaras e para melhorar a ventilação.

Os protocolos de desinfecção da COVID-19 têm um custo elevado. No ano passado, a Autoridade de Trânsito Metropolitano de Nova York gastou US$ 484 milhões (ou R$ 2,70 bilhões de reais) em sanitização e estima que US$ 380 milhões irão (ou R$ 2,12 bilhões de reais) para sanitização relacionada ao coronavírus todos os anos até 2023, informou a Nature.

“Se usarmos a metade do esforço que está sendo dedicado à desinfecção e colocarmos na ventilação, seria algo grandioso”, disse à Nature Jose-Luis Jimenez, químico atmosférico da Universidade do Colorado (EUA).

A mudança de posição do CDC foi bem recebida por um especialista em saúde pública. “É bom ter o CDC firmando sua liderança novamente”, disse David Fisman, professor da Escola de Saúde Pública Dalla Lana da Universidade de Toronto (Canadá), em um tweet na segunda-feira.

“É hora de repensar a limpeza profunda… é um mau uso de tempo, energia e recursos”, ele escreveu.

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.