Os médicos fornecem um serviço inestimável que ajuda a melhorar o mundo em que vivemos. Eles tornam a população mais saudável, melhoram nossa qualidade de vida geral e ajudam a nos orientar em nossa busca pelo bem-estar. Sem as contribuições dos médicos, nossas vidas seriam muito diferentes e muito menos agradáveis.
A medicina evoluiu junto com as sociedades ao longo da história. Um fato tão simples como lavar as mãos após a realização de uma autópsia pode ter sido extremamente controverso na época de sua proposta, mas graças a figuras históricas que inovaram no conhecimento médico ou decidiram ir contra a corrente, hoje contamos com o melhor sistema de saúde que já existiu na história da humanidade.
Cada procedimento médico é realizado pelas mãos de um profissional capacitado, que conta com o conhecimento acumulado ao longo dos séculos verificado pela comunidade científica. Entre essas figuras, algumas destacam-se. Neste artigo, apresentaremos algumas das mentes mais brilhantes da história da medicina, cujas descobertas não só revolucionaram nosso conhecimento acerca do corpo humano, como também salvaram vidas de milhões de pessoas no mundo todo.
Hipócrates (460 a.C-377 a.C)
Hipócrates é amplamente considerado o “fundador” do que mais tarde se transformou na medicina europeia moderna, bem como o autor do famoso Juramento de Hipócrates. Como a maioria dos filósofos antigos, muito pouco se sabe sobre sua personalidade e obras. De acordo com as escassas evidências disponíveis, ele se preocupou com a ética e se esforçou para estabelecer as regras e regulamentos que regem a prática médica. Ele também conseguiu separar a medicina da teurgia, alquimia e filosofia geral. Ao fazer isso, ele a tornou uma profissão distinta e dedicada: com um conjunto totalmente novo de coisas que devemos e não devemos fazer. A doutrina hipocrática foi separada do misticismo e do pensamento filosófico. Por meio da observação e dedução, procedimentos específicos foram estabelecidos para promover a melhora do paciente – como o uso de água limpa ou vinho para limpar feridas ou a valorização do repouso como parte do tratamento. Além disso, havia cuidados sobre como abordar o parto, atender traumas, manipular luxações e definir fraturas. Embora todos tenham sido atribuídos a Hipócrates, é difícil saber se ele os criou ou os adotou de seus colegas e/ou predecessores. O que está claro é que ele estava à frente de seu tempo. O fato de os pitagóricos de sua época reconhecerem e elogiarem suas visões é uma prova disso.
Cláudio Galeno (129 d.C-199 d.C)
Andreas Vesalius (1514-1564)
Cláudio Galeno e Andreas Vesalius são os pais da anatomia, campo da biologia que estuda grandes estruturas e sistemas do corpo humano. Galeno é considerado o maior médico da Europa antiga. Suas teorias médicas não apenas ultrapassaram as de Hipócrates, mas passaram a dominar a escola de pensamento europeia por mais de um milênio. Ele fez muitas descobertas importantes: foi o primeiro a propor que o corpo é controlado pelo cérebro, descobriu que os rins são responsáveis por filtrar a urina, identificou os sintomas da inflamação e de doenças infecciosas e diferenciou veia de artéria e sangue venoso de sangue arterial. Suas extensas publicações sobre anatomia (que usavam primatas e suínos como espécimes de amostra) permaneceram em voga por mais de 1000 anos: até que Andreas Vesalius revolucionou a anatomia com espécimes humanos. Vesalius foi um médico e anatomista flamengo que teve uma carreira de prestígio e viajou por toda a Itália com padres para ajudar as pessoas que sofriam de hanseníase, mais conhecida como lepra. Ele realizou várias dissecações públicas, notadamente no corpo de um famoso criminoso chamado Jacob Karrer von Gebweiler após sua execução. Suas descobertas contrariaram as visões tradicionais de anatomia que existiram por séculos e essas visões persistiram durante sua vida e depois. Seu estudo do corpo humano o levou a seu livro influente sobre anatomia humana: Da Organização do Corpo Humano. Séculos depois, quando o estudo da anatomia se tornou mais estabelecido e mais fácil de realizar, suas opiniões, baseadas em sua própria experimentação e observação, tornaram-se a base para a anatomia moderna.
Avicena (980 d.C-1037)
Este médico icônico, pioneiro da medicina moderna, está entre os mais famosos de todos os grandes estudiosos islâmicos. Como polímata, ele mergulhou em vastos campos como: matemática, astronomia, alquimia, geologia, filosofia e teologia. Mesmo a literatura não foi poupada de sua intrusão. Infelizmente, metade das quase 500 publicações que produziu durante sua vida não sobreviveu. Esses valores foram perdidos em meio a guerras e outras convulsões que assolaram o milênio passado. Entre as obras mais notáveis de Avicena está um livro abrangente intitulado O Cânon da Medicina. Nele, ele considerou que toda doença tem causas naturais, não necessariamente teológicas. Foi dentro dessa estrutura que ele reuniu todo o conhecimento médico disponível na época de uma forma incrivelmente concisa. Essa enciclopédia clínica foi tão útil que suas edições revisadas permaneceram impressas (como textos universitários padrão em todo o mundo), por meio milênio após sua morte. Outro de seus livros, O Livro da Cura, foi importado, traduzido e amplamente usado em toda a Europa, por mais de meio século. A influência global de Avicena durou muitos séculos. Seus métodos foram aprendidos e praticados (em todo o mundo) até o século XIX. Somente a adesão às práticas modernas de pesquisa intrusiva, que caracterizam a medicina baseada em evidências no século XX, finalizaram seu declínio. As contribuições de Avicena para a ciência médica são frequentemente comparadas às de Copérnico na astronomia e às de Arquimedes na matemática.
William Harvey (1578-1657)
No início do século XVII, o funcionamento do sangue no corpo era mal compreendido. A hipótese dominante dizia que o sangue fluía e refluía através do coração por meio de poros no tecido macio. Entre os que acreditavam nessa teoria estava um médico inglês chamado William Harvey. Ele era fascinado pelo funcionamento do coração. Quanto mais ele estudava os corações pulsantes dos animais em sua mesa de dissecação, mais ele percebia que a hipótese do fluxo sanguíneo não poderia estar certa. Em suas dissecações, Harvey observou que o coração possuía válvulas unidirecionais que mantinham o sangue fluindo em uma só direção. Algumas válvulas deixavam o sangue entrar enquanto outras o deixavam sair. Esta foi a sua grande descoberta. Ele percebeu que o coração bombeava sangue para as artérias e que retornava através das veias, fechando um círculo de volta ao coração. A descoberta de Harvey gerou grandes avanços nos campos de pesquisa anatômica e cirúrgica. Nas salas de cirurgia de centros de trauma em todo o mundo, grampos cirúrgicos são utilizados para obstruir o fluxo sanguíneo e manter a circulação de um paciente intacta. Um dispositivo simples, mas que evoca a grande descoberta de William Harvey.
Edward Jenner (1749-1823)
Também conhecido como “Pai da Imunologia”, Edward Anthony Jenner foi um cientista inglês famoso por sua descoberta da vacina contra a varíola. Esta foi a primeira vacina bem-sucedida a ser desenvolvida e continua sendo o único tratamento preventivo eficaz para a doença fatal da varíola. O termo vacina é derivado da palavra vacca, que significa vaca em latim, já que Jenner usou a varíola bovina para provar sua observação. Em maio de 1796, ele resolveu pôr à prova a sabedoria popular que dizia que quem lidava com gado não contraía varíola. Ao observar que as mulheres responsáveis pela ordenha quando expostas ao vírus bovino tinham uma versão mais suave da doença, então ele conduziu sua primeira experiência com James Phipps, um menino saudável de oito anos. Jenner inoculou James Phipps usando pus das bolhas das mãos de Sarah Nelmes, uma leiteira que adquiriu a varíola bovina através do contato com gado. O menino teve um pouco de febre e algumas lesões, mas não desenvolveu a infecção da varíola completa, tendo uma recuperação rápida. Meses depois, Jenner expôs o garoto à varíola, e o menino não foi infectado. Seu experimento foi repetido em outras pessoas com sucesso. Estava descoberta assim a propriedade de imunização. A varíola só seria erradicada na década de 1980, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Edward Jenner foi capaz de descobrir a vacina para essa doença que tanto matava naquela época. Sua descoberta foi um enorme avanço médico e salvou inúmeras vidas.
Horace Wells (1815-1848)
Crawford Long (1815-1878)
William Morton (1819-1868)
Apesar das grandes primeiras descobertas sobre a anatomia humana terem permitido que os médicos salvassem mais vidas, elas não ajudaram muito a diminuir a dor. Sem a anestesia, as cirurgias eram um pesadelo de olhos abertos. Os pacientes eram subjugados ou amarrados a uma mesa e os cirurgiões trabalhavam o mais rápido que podiam. Durante séculos, vários medicamentos foram utilizados para aliviar a dor durante as cirurgias. Alguns como o ópio, um extrato da raiz da mandrágora, eram narcóticos. A partir de 1840, vários indivíduos abriram o caminho para descobrir anestésicos mais eficientes. Em Boston, dois dentistas que se conheciam: Horace Wells e Thomas William Green Morton. E na Geórgia, um médico de uma cidade pequena, chamado Crawford Long. Eles fizeram experiências com duas substâncias químicas que teriam o poder de reduzir a dor: o óxido nitroso e o éter. Mas quem descobriu a anestesia ainda é uma questão polêmica: todos os três doutores reivindicam sua descoberta. Uma das primeiras demonstrações públicas de anestesia ocorreu em 16 de outubro de 1846. William Morton já fazia experiências com éter há meses, tentando encontrar uma dosagem que permitiria ao paciente ser submetido a uma cirurgia sem sentir dor. Com um dispositivo que havia criado, ele realizou uma demonstração diante de uma plateia de cirurgiões e estudantes de medicina de Boston. Ele administrou éter em um paciente que estava prestes a ter um tumor removido do pescoço. Para a surpresa geral, o paciente não gritou e depois da cirurgia, relatou não ter sentido nada durante todo o procedimento. O pesadelo das cirurgias havia acabado: a anestesia, enfim, havia sido descoberta.
Ignaz Semmelweis (1818-1865)
Joseph Lister (1827-1912)
Em 1846, muitas das mulheres que davam a luz em Viena, acabavam morrendo. A causa era a febre puerperal, uma infecção do útero. Quando Ignaz Semmelweis veio trabalhar em uma das maternidades da cidade, ele ficou alarmado com a dimensão do problema e intrigado com uma curiosa discrepância. Semmelweis observou que na ala onde os médicos faziam os partos, 7% das mães morriam, enquanto que na área onde as parteiras trabalhavam, apenas 2% das mães morriam. Semmelweis decidiu descobrir o que estava acontecendo e se perguntou se os médicos estariam transportando algum agente invisível em suas mãos, que ao entrar em contato com as pacientes, provocaria suas mortes. Para descobrir, ele pediu para que seus estudantes de medicina, lavassem as mãos em uma solução de cloro e, repentinamente, a porcentagem de morte entre as mães caiu para 1%. Com essa demonstração, Semmelweis percebeu que a febre puerperal tinha uma única causa e se você a eliminasse, a doença não ocorreria. Mas na sua época muitos médicos não conheciam a ligação entre microrganismos e doenças, até a chegada de Joseph Lister. Lister introduziu o uso de ácido carbólico para limpeza de feridas e esterilização de instrumentos cirúrgicos, o que levou à redução das infecções pós-operatórias e deu a ele a alcunha de pai da cirurgia moderna. Antes das descobertas de Lister, os cirurgiões costumavam deixar suas batas de cirurgia sujas, exibindo as manchas como uma demonstração de experiência. A partir de sua pesquisa, ele instruiu os cirurgiões a usar luvas limpas e lavar as mãos antes e depois de cada cirurgia. Hoje isso parece óbvio, mas esse conceito foi um dos mais revolucionários da história da medicina.
Wilhelm Röntgen (1845-1923)
Embora os raios X fizessem parte das radiações eletromagnéticas que James Clerk Maxwell previu, e cuja existência Hertz mais tarde provou, suas características permaneceram desconhecidas até que Wilhelm Röntgen as revelou em novembro de 1895. Röntgen foi um físico-engenheiro que descobriu os raios-X enquanto pesquisava sobre radiações eletromagnéticas de baixo comprimento de onda de alta frequência. Após a descoberta, ele não soube como chamá-la; então, ele adotou o termo “x”, que é comumente usado para denotar uma entidade matemática desconhecida. Em dezembro do mesmo ano, ele fez a radiação atravessar a mão de sua esposa durante 15 minutos. Do outro lado, colocou uma chapa fotográfica. Depois de revelá-la, viam-se nela os contornos dos ossos da mão: era a primeira radiografia da história. A descoberta de Röntgen fez enorme sucesso na medicina, porque permitia, pela primeira vez, observar o interior do corpo mantendo-o intacto. Sem ela, não conheceríamos as estruturas das moléculas, não haveria esperanças de curar o câncer e não teríamos informações importantes sobre o interior de uma série de organismos. As técnicas de detecção de imagem por raios X propiciaram o descobrimento da ressonância magnética, da ultrassonografia e da medicina nuclear. A tomografia computadorizada, uma superevolução do raio X, equivale a cerca de 130 mil radiografias. Röntgen preferiu não patentear qualquer aparelho ou processo relacionado com os raios X, pois desejava que a humanidade se beneficiasse da sua descoberta. Em alemão, seu nome virou verbo – röntgen – para o ato de fazer radiografia. O Prêmio Nobel que recebeu em 1901 por descobrir o raio-X fez dele a primeira pessoa a receber o prêmio de física.
Paul Ehrlich (1854-1915)
A sífilis, uma doença sexualmente transmissível causada por um microrganismo, foi considerada uma epidemia na Europa durante a maior parte dos séculos XVIII e XIX. Tudo isso mudou em 1910, quando Paul Ehrlich, o pai da quimioterapia, desenvolveu o primeiro tratamento eficaz contra a doença. Ehrlich descobriu o Salvarsan, um produto químico que trata os micróbios da sífilis. Ele não apenas teve a ideia de que um tratamento médico poderia ser feito sob medida para a causa específica de uma doença, mas também foi o primeiro a tratá-la com produtos químicos. Por meio de seus primeiros experimentos, ele descobriu que certas células tinham afinidade com corantes químicos. Ele teorizou que as reações químicas e físicas estavam ocorrendo e que os produtos químicos poderiam ser usados para atacar microrganismos prejudiciais. Salvarsan foi a primeira droga da história projetada para curar uma doença e a notícia de sua descoberta é comparável ao que representaria o anúncio da cura da AIDS hoje. Ao provar que uma “bala mágica” (um composto químico que entraria no corpo, atacaria apenas os microrganismos agressores ou células malignas e deixaria o tecido saudável intocado) poderia existir, Ehlrlich abriu o caminho para a invenção de mais medicamentos que poderiam entrar nas células germinativas sem afetar as células humanas. Se hoje você toma um remédio para curar uma doença, você deve isso a ele.
Karl Landsteiner (1868-1943)
No final do século XIX e início do século XX, as transfusões de sangue eram vistas com grande entusiasmo em toda a Europa. No começo, muitos médicos afirmavam que elas tinham maravilhosos efeitos terapêuticos, mas em alguns meses, a euforia foi substituída por relatos de pessoas que haviam morrido. Por que algumas transfusões de sangue funcionavam e outras não? Karl Landsteiner estava determinado a encontrar a resposta. Ele misturou a amostra de sangue de vários indivíduos e estudou os efeitos. Em alguns casos, as amostras se misturavam com segurança. Mas em outras combinações, o sangue se aglutinava e se tornava pegajoso. Em uma análise mais rigorosa, Landsteiner descobriu que a aglutinação ocorria quando certas proteínas no sangue do receptor chamadas anticorpos se ligavam a outras proteínas das células vermelhas do doador denominadas antígenos. Landsteiner percebeu que o sangue humano não era igual em todas as pessoas e determinou que o sangue humano poderia ser dividido em quatro grupos distintos: A, B , AB e O. A transfusão de sangue só podia ser realizada com segurança quando as pessoas recebiam o sangue de alguém que pertencia ao mesmo grupo sanguíneo. O impacto da descoberta de Landsteiner foi imediato. Em poucos anos, as transfusões de sangue eram praticadas em todo o mundo, salvando inúmeras vidas. A partir de 1950, a tipificação sanguínea precisa ajudou a viabilizar os transplantes de órgãos. Hoje, somente nos Estados Unidos, uma transfusão de sangue ocorre a cada 3 segundos. Sem ela, calcula-se que 4 milhões de norte-americanos morreriam a cada ano.
Alexander Fleming (1881-1955)
Alexander Fleming descobriu a penicilina, cujo uso como antibiótico salvou incontáveis milhões de vidas. Em 1914, a Primeira Guerra Mundial estourou e Fleming, de 33 anos, ingressou no exército, tornando-se capitão do Royal Army Medical Corps, trabalhando em hospitais de campanha na França. Fleming voltou da Primeira Guerra Mundial com um sonho: pesquisar uma forma de reduzir o sofrimento dos soldados que tinham suas feridas infectadas, impondo dor e por tantas vezes um processo ainda mais acelerado em direção à morte. De volta ao seu laboratório em Londres, em 1928, dedicou se a estudar a bactéria Staphylococcus aureus. Estudou tão intensamente que, um dia, exausto, resolveu se dar de presente alguns dias de férias. Saiu, deixando os recipientes de vidro do laboratório, com as culturas da bactéria, sem supervisão. Esse desleixo fez com que, ao retornar, encontrasse um dos vidros sem tampa e com a cultura exposta e contaminada com o mofo da própria atmosfera. Estava prestes a jogar todo o material fora quando, ao olhar no interior do vidro, percebeu que onde tinha se formado bolor, não havia Staphylococcus em atividade. Fleming então concluiu que o mofo, oriundo do fungo Penicillium, agia secretando uma substância que destruía a bactéria. Ainda que por acaso, estava criado o primeiro antibiótico da história da humanidade: a penicilina. Com a descoberta de Alexander Fleming, abriam-se as portas de um novo mundo, com o surgimento de uma grande indústria que passou a se dedicar à produção de penicilina e outros antibióticos responsáveis pela possibilidade de vida com qualidade para pessoas que sofriam de tuberculose, pneumonia, meningite, sífilis, entre outras infecções.
Maurice Hilleman (1919-2005)
Maurice Hilleman produziu um número impressionante de descobertas fundamentais. Ele é o inventor de mais de 40 vacinas, incluindo aquelas que previnem o sarampo, caxumba, rubéola, hepatite A, hepatite B e varicela. Os epidemiologistas costumam se referir às primeiras décadas após a Segunda Guerra Mundial como a era de ouro da vacinologia. Pode ser mais correto chamá-las de período de Hilleman. De acordo com uma estimativa, suas vacinas salvam quase 8 milhões de vidas por ano. Hilleman também descobriu o SV40 e os adenovírus, foi o primeiro a purificar o interferon e o primeiro a demonstrar que sua expressão é induzida por RNA de fita dupla – descobertas que lançaram vários ramos da biologia molecular e imunologia e deram início à busca por medicamentos antivirais. Ele também descobriu como o vírus da gripe pode se modificar, desenvolvendo uma vacina em 1957 que impediu o surto da gripe asiática e que poderia se tornar uma segunda edição da gripe espanhola de 1918 (que matou mais de 20 milhões de pessoas). Hilleman acreditava que o futuro das pandemias de gripe poderia ser previsto a partir de pandemias passadas. Depois do surto da gripe asiática, nas 3 décadas seguintes, ele produziu e testou mais de 20 vacinas. Nem todas funcionaram, mas ele chegou muito perto. Até os últimos dias de sua vida, ele não parou de tentar. Sua última pesquisa inacabada focava-se na cura do câncer, que o matou. Suas vacinas salvam vidas, mas Hilleman nunca ganhou o Nobel e morreu na triste constatação de que ninguém sabia quem ele era e o que havia feito.
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*Cláudio Galeno e Andreas Vesalius compartilham a mesma posição e biografia na lista por dividirem historicamente o crédito pela descoberta do estudo da anatomia moderna.
**Horace Wells, Crawford Long e William Morton compartilham a mesma posição e biografia na lista por dividirem historicamente o crédito pela descoberta da anestesia.
***Ignaz Semmelweis e Joseph Lister compartilham a mesma posição e biografia na lista por dividirem historicamente o crédito pela descoberta da contaminação por germes.